[custom_heading center=”true”]Yokohama[/custom_heading]
[highlighted_p boxed=”true” center=”true”]Escrever uma carta sobre os graves maus tratos que sofria na escola foi a solução que um menino japonês de 13 anos encontrou para chamar atenção sobre o problema.[/highlighted_p]
O estudante saiu da província de Fukushima e foi morar em Yokohama (Kanagawa) após o desastre nuclear de 2011. Na época, o menino era estudante do 2° ano da escola primária (shougakkou).
A carta passou a ser escrita em julho de 2015, quando o estudante estava no 6° ano do primário e havia parado de ir à escola devido aos problemas.
Além de fortes palavras que indicam o sofrimento de uma criança que sofre ijime (bullying), as denúncias do menino também revelam um descaso escolar, devido às inúmeras tentativas sem sucesso de contar com a ajuda de professores.
A situação começou a mudar depois que a mãe do menino leu o desabafo e se prontificou a descobrir a real situação que ele vivia no ambiente escolar. Em dezembro do ano passado, ela enviou uma solicitação de investigação de caso junto à prefeitura de Yokohama e ao Comitê de Educação da cidade.
Representantes do Comitê identificaram o bullying desde que o menino se refugiou na cidade e a escola foi criticada por ter “abandonado” a responsabilidade educacional sobre o caso.
De acordo com uma reportagem do jornal Nikkei, o caso está sendo tratado atualmente com a representação de um advogado. “Queremos que os danos emocionais sofridos pelo bullying desapareçam”, disse o representante do caso após a divulgação dos documentos escritos.
[custom_heading center=”true”]Leia abaixo o que o menino conta sobre o bullying:[/custom_heading]
“Desde o início das aulas os colegas adicionaram a palavra ‘bactéria’ ao meu nome e eu era chamado assim. Fui tratado como germe, comecei a pensar que tinha radiação e que as pessoas de Fukushima eram mal tratadas.
De repente os colegas começaram a perguntar se eu recebia indenização como vítima do acidente nuclear. Fui obrigado a dar dinheiro para que eles se divertissem. Se resistisse, sabia que eles recomeçariam o bullying e isto me deixava com muito medo.
Até agora, eu conversei diversas vezes com o professor, mas ele não confiou em mim e ignorou o meu problema.
Pensei em diversas vezes que o melhor seria morrer. Mas depois de uma longa reflexão sobre o assunto, decidi viver. Muitas pessoas já morreram por causa do terremoto e do tsunami, eu não quero ser mais uma vítima.”