Em uma geração tão individualista como a atual, não é raro encontrar quem “se ache” em sua soberba. Muitas vezes, há quem seja orgulhoso mesmo tendo boas intenções, pois tem a ideia de que foi criado para resolver tudo na “força do próprio braço”. Por outro lado, também não é incomum a inevitável queda de quem se ensoberbece.

Entretanto esse comportamento não é exclusivo das gerações recentes. Até a Bíblia o registra e orienta o que acontece com quem cultiva esse sentimento e com quem o rejeita: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4.6-7).

Em uma recente reunião na Catedral da Universal em Del Castilho, no Rio de Janeiro, o Bispo Jadson Santos explicou o que representa este versículo: “resistir significa enfrentar. A quem é soberbo, Deus resiste, ou seja, Ele enfrenta, quebra o orgulhoso”. E, citando outra passagem que faz essa afirmação, justifica por que Deus age dessa forma: “a Bíblia diz que Deus odeia o orgulho: ‘aquele que tem olhar altivo e coração soberbo não suportarei’ (Salmos 101.5). O soberbo fica cego e surdo, não ouve ninguém e não enxerga o que está à sua frente”.

O Bispo lembrou que o orgulho foi o primeiro pecado, cometido por Lúcifer no Céu: “o diabo queria um trono acima do Altíssimo”. Em seguida, Lúcifer rebelou-se contra Deus e foi banido de Sua Presença, dando origem à fonte de todos os males. Por isso, segundo o Bispo, o orgulho é a raiz de muitos problemas. “Uma pessoa pode não querer o diabo, mas nutre dentro de si o que gera demônios, porque o que gerou o diabo foi justamente o orgulho”, afirma.

Em razão desse fato, o primeiro pecado do ser humano também foi consequência do orgulho. “A serpente dizia a Eva que, se ela comesse do fruto proibido, seria igual a Deus. Mas nós não somos e nunca seremos iguais a Ele”, disse o Bispo, que ainda fez um alerta: “quando você manifesta o orgulho, Deus vê em você a imagem de satanás”.

Ele também destacou como o orgulho acaba sendo cultivado no interior da pessoa: “às vezes alguém pode elogiar tanto você, lhe dizendo que você é humilde, que aí você se enche de orgulho. Mas já vi gente se perder porque se achava santa demais, pura demais, porque jejuava e orava muito, mas começou a se achar melhor do que todo mundo”.

Ao longo da Bíblia, há histórias que demonstram como o orgulho foi prejudicial, mas também como a humildade foi benéfica. Uma delas é sobre Naamã, lembrou o Bispo Jadson: “ele foi um grande general sírio que só olhava para sua patente, seu título e não enxergava sua lepra, até o dia em que se humilhou e Deus teve misericórdia dele, curando-o (2 Reis 5.1-27)”.

Hoje em dia, também há histórias de quem entendeu que seus problemas e perdas derivaram do orgulho. Confira algumas a seguir.

Tudo pela ostentação
Anderson Rosolem, (foto abaixo) de 38 anos, foi um dos muitos brasileiros que caíram no patético costume de ostentar. Apesar de todas as posses que tinha para exibir, ele cometeu assaltos e foi preso por dois anos e meio. Ele conta o que fez depois de sair da prisão: “comecei uma relação com uma moça e tive uma filha com ela. Um conhecido do meu pai me deu um emprego como auxiliar administrativo em sua empresa e fiquei lá por cinco anos. Depois comprei uma van e migrei para o transporte escolar, o que foi bem rentável. Mesmo assim, eu conservava amizades com criminosos e acabei me envolvendo em assaltos de novo”.

Ele menciona que gostava de ostentar que era bem-sucedido: “principalmente em baladas, com bebidas, boas roupas, carros e motos”, diz. E ainda cita uma situação que lhe trouxe consequências ruins: “surgiu a oportunidade de um grande assalto em grupo e usamos minha van para o transporte e o disfarce”. No entanto ele lembra que o assalto deu errado e que até virou notícia na mídia.

“Isso causou espanto e decepção nos colegas e pais das crianças que eu transportava, pois eu era conhecido pela pontualidade, pelo respeito e pela eficiência”.

Essa situação trouxe outros prejuízos, como ele relata: “sujou o nome da família de minha esposa, cujos membros, em sua maioria, eram do ramo do transporte escolar, e, com uma nova prisão, meu casamento, que já não estava bem, teve fim”. Ele conta que aquele período foi conturbado: “meu mundo desabou, pois doeu muito o fato de perder tudo o que eu tinha construído. Eu me via na TV como um criminoso e imaginava o que minha família estaria pensando”.

Naquela época, o irmão de Anderson exercia a Fé. “Ele orava por mim e fazia propósitos sem que eu soubesse, pois eu nutria preconceito contra a Universal”. Até que algo inesperado aconteceu: “tive a chance de conhecer o trabalho da Universal na cadeia. Os voluntários chegavam com a Folha Universal e com Bíblias. Me aproximei deles, mas novamente o orgulho foi uma barreira: eu tinha conquistado uma posição na ‘hierarquia’ entre os detentos e esse sentimento me impedia de conversar com o pastor”.

Quando Anderson se libertou da prisão, seu irmão o convidou para ir ao Templo de Salomão. “Aceitei para agradá-lo e, ao chegar lá, fiquei deslumbrado e pensei: ‘eles roubam bem, hein!’ Com orgulho e malícia no coração, tentei identificar na pregação do Bispo Macedo pontos que revelassem que ele queria me ‘passar a perna’, mas, em vez disso, ele só destacava a importância do Espírito Santo”, lembra.

Anderson quis receber o Espírito Santo e, então, começou a frequentar as reuniões e se batizou nas águas. Assim, ele começou a mudar. “Uma Palavra entrou no meu coração: ‘Buscai primeiro o reino de Deus, e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas’ (Mateus 6.33). Então, eu tive certeza de que Ele era exatamente o que eu procurava e necessitava. Entendi que o que eu precisava fazer era apenas obedecer.”

Ele abandonou o orgulho e priorizou o mais importante: “tive que me esvaziar para Deus me encher dEle. O Espírito Santo me transformou de dentro para fora e mudou meu caráter. Eu quis primeiro a Justiça de Deus e, de fato, as demais coisas vêm sendo acrescentadas. Tenho minha nova família, consigo arcar com meus compromissos, empreendo no ramo alimentício e minha atual esposa, Denise, também tem a mesma fé que eu. Por nada desse mundo quero fazer algo que me faça perder a Salvação. Ela é inegociável”, conclui.

Ela não aceitava ajuda
Ruth Amorim, (foto abaixo) de 21 anos, pedagoga, foi apresentada aos vícios na adolescência. “Eu era facilmente influenciada. Me diziam que, se eu consumisse drogas e álcool, eu encontraria paz e alegria. Então fui aceitando tudo. Eu via a imagem de amigas sempre sorrindo e queria o mesmo para mim, pois eu vivia sempre triste.”

Hoje, Ruth sabe que aquela situação lhe servia apenas como válvula de escape: “eu vivia em baladas, bebia e consumia drogas a noite inteira para calar aquela dor dentro de mim. Eu bebia de sábado até segunda, inclusive na faculdade, o que me atrapalhava nos estudos. Eu só sentia vontade de chorar e tinha insônia. Além disso, eu explodia à toa”.

Os familiares de Ruth tentavam ajudá-la, mas era em vão. “Eu nem os considerava mais. Só queria deles o teto e a comida.” Até que a irmã de Ruth começou a frequentar a Universal: “eu percebi que ela estava mudando, enquanto eu, em meu orgulho de me achar sempre certa, só via tudo piorar”.

O comportamento da irmã deixou Ruth curiosa. “Fui com ela a um encontro de jovens na Universal e a Palavra que ouvi deixou claro que, apesar dos meus erros, o Senhor Jesus poderia me perdoar. Me sentei na primeira fileira e falei para Deus: ‘se o Senhor mudar realmente a minha vida, passará a ser o Senhor de minha alma, mas, se nada mudar, saio daqui para me afundar no mundo e opto até pela morte para que esse sofrimento acabe’.”

Minutos antes, a jovem tremia por ter ficado muitas horas sem consumir bebidas alcoólicas, mas, quando a reunião acabou, tudo tinha mudado: “após a oração, tive certeza de ter sido perdoada e de que não era o fim de minha vida, mas o recomeço. O Senhor Jesus apagou o meu passado, me tirou do mundo e me puxou para perto dEle”. Ela lembra que ouviu falar do Espírito Santo e O desejou: “na mesma noite, ouvi que eu deveria me manter firme no Senhor Jesus para recebê-Lo. Eu ainda não O tinha, mas eu queria uma mudança radical, sem volta. Apesar de ainda sentir vontade de beber, eu segui as orientações sem ceder”.

Ela conta que as más amizades foram bloqueadas: “me desfiz de tudo que não estava de acordo com a Vontade de Deus e sacrifiquei. Quando eu estava focada no Espírito Santo, fui batizada com Ele”.

Ruth faz a seguinte comparação: “se antes eu parecia um copo cheio de álcool, quando deixei as minhas vontades, me senti um copo completamente limpo, transbordando de água puríssima. Agradeci a Deus por não ter permitido que eu desistisse”.

Com base em sua experiência, ela avisa: “muitos jovens acham que estar dentro de uma igreja é ser religioso, alguns até se orgulham disso e acham que isso basta, mas a verdade é saber que do Espírito Santo vem a fonte de alegria e de paz e quem O tem não precisa de bebidas, baladas, drogas ou uma rodinha de amigos”.

Agora, Ruth testemunha a importância da humildade: “ao me despir do orgulho e deixar o Senhor Jesus me ajudar, abri espaço para o Espírito Santo me preencher. Concluí meus estudos, me reconciliei com a minha família e pedi perdão a todos. Não sou mais a rebelde da casa, mas alguém que quer estar perto de todos e ajudá-los”, explica.

Ela menciona que as pessoas notaram a diferença em suas atitudes: “na faculdade, me questionavam por que eu tinha mudado tanto e me provocavam com perguntas se os pastores me roubavam na Universal. Eu respondia, sorrindo: ‘sim. Eles roubaram toda a minha tristeza’”, finaliza.

Quando a dor é maior do que o orgulho
Anderson Lourenço Lauer, (foto abaixo) de 37 anos, conferente de logística, conta que sua família migrou do Sul do Brasil para Limeira, no interior de São Paulo, por causa das dificuldades financeiras e foi morar na casa de parentes. “Eu cresci presenciando humilhações, passei a ter ódio de Deus e O culpava por nosso sofrimento. Além disso, me entreguei aos vícios.”

Ele lembra que era violento: “ao brigar na rua, só parava quando o oponente ‘apagava’. Isso me dava prazer. Eu tinha a noção de que existia o bem (Deus) e o mal (diabo) e, mesmo assim, me entreguei ao segundo e cheguei a lhe dizer que recebesse minha alma”. Logo, a mãe de Anderson começou a frequentar a Universal e a buscar pela mudança dele, que a questionava: “eu a chamava de trouxa, a agredia fisicamente e lhe dizia: ‘ocupe-se do seu Deus que dos meus demônios cuido eu’”.

Anderson recorda que se orgulhava de dizer isso à mãe. “Um dos principais motivos pelos quais eu tinha raiva da Universal era que minha mãe fazia votos com Deus. Eu a chamava de burra, dizia que ela sustentava ladrões e que ir para o inferno era uma decisão minha. Eu me afundava cada vez mais no orgulho e não enxergava meu sofrimento.”

Foi em uma roda de amigos que Anderson conheceu Natália, que se tornou sua esposa, mas ele lembra que, com a vida que levava, o relacionamento deles era conturbado. “Eu usava drogas e um dia cheguei bêbado em casa e a agredi. Senti um desejo grande de matá-la, enquanto minhas mãos apertavam seu pescoço. Naquele dia, ela deu um basta na relação.”

Orgulhoso, ele não aceitou a rejeição. “Eu já tinha sido rejeitado pela família e aquilo me jogou em um buraco ainda mais fundo. Sem nada para preencher o vazio, uma voz me dizia para que eu acabasse com tudo.”

Naquela ocasião, Anderson pegou um revólver e o carregou completamente. “Pus o ‘cano’ na cabeça e apertei o gatilho várias vezes, mas a arma não disparou. Confuso, eu me deitei e procurei algumas rádios para ouvir no celular, mas não as encontrava, pois o sinal era bem fraco. Só sintonizava a rádio da Universal. Então, como eu queria ouvir qualquer coisa para adormecer, deixei sintonizado nela. Eis que um pastor questionou que se o ouvinte achava que não existia jeito para sua vida que deveria ir à Universal no dia seguinte”.

Ele entendeu que aquela informação era direcionada a ele. “Deus aproveitou um raro momento meu de racionalidade para falar comigo. Minha dor acabou sendo maior do que meu preconceito e, como última porta, decidi ir à Universal. O primeiro sinal de orgulho já teve que ser rompido assim que cheguei lá: eu não querer entrar. O segundo era o de buscar a Deus, apesar do desprezo com que eu O tratei. Foi uma guerra.”

Em um gesto de humildade, no Altar, ele fez sua oração: “falei com Deus: ‘até hoje eu só O odiei e desprezei e minha vida foi dada ao diabo, mas, se o Senhor existe de fato, pode mudá-la? Estou aqui’. Foi como se tirassem um fardo de minhas costas e, dali em diante, comecei a agir a fé”.

O desejo de consumir drogas, pornografia e de ser violento desapareceu e ele começou a buscar o Espírito Santo, até que um dia ele disse a Deus: “daqui eu não saio sem o Seu Espírito: ou o Senhor me batiza com Ele ou me mate de vez, pois sem Ele eu vou acabar caindo e não quero voltar para a vida que eu tinha”.

Dessa forma, Anderson foi selado: “o Espírito Santo desceu quando eu estava livre do orgulho, da mágoa, da angústia e de tudo o que O impedia de entrar”. Ele comemora o resultado de sua atitude e aproveita para deixar uma reflexão: “as pessoas orgulhosas e que não aceitam a Deus simbolizam meu passado, mas, se elas O aceitarem, terão o mesmo que eu tive. Hoje, eu sou um pai presente e um bom marido, que busca realizar a esposa em tudo, e ajudo a quem, como eu, deixou o orgulho porque a dor se tornou maior”.

O exemplo do Senhor Jesus
O Bispo Jadson Santos explica o que ocorria com essas pessoas: “o orgulhoso não ouve Deus, por que o orgulho o faz completamente cheio de si”. Ele orientou sobre como devemos agir: “o diabo se encheu de si e o Senhor Jesus Se esvaziou de Si. Satanás quis estar acima de Deus, mas o Messias desceu de Sua posição para nos salvar”.

Faça como Jesus. “Quando você é orgulhoso, não consegue imaginar aonde vai parar, como satanás, que conseguia imaginar estar acima do Altíssimo, mas não que moraria no inferno. Só que, em vez de subir, ele caiu, enquanto o Senhor Jesus, por Se humilhar, foi exaltado pelo Pai.” Essa é a lição que deve ser levada em conta.

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