Com certeza você se lembra de alguém que já lhe procurou para “desabafar” e disse que o casamento está ruim, que as oportunidades não aparecem, que o trabalho não rende bons frutos, que os rumos do País não estão bons, etc. Será mesmo que essa pessoa é vítima das circunstâncias como diz ser? Muitas vezes foi ela mesma quem as criou, mas não admite isso porque tem medo das consequências de suas próprias ações.
Por exemplo, uma mulher que reclama da frieza do marido e “banca” a vítima pode ou não ter razão. Realmente, o esposo pode estar negligenciando a atenção a ela. Mas esse fato pode ser resultado da corrosão do casamento por causa de uma traição que ele cometeu sem que ela saiba – ou o contrário. Afinal, a atitude de trair e de pensar em outra pessoa mina o relacionamento e o enfraquece, faz desmoronar a admiração que antes um tinha pelo outro e a cumplicidade que existia cair por terra, mesmo que o enganado nunca descubra o ato. É claro que, na cabeça da pessoa que se acha “boazinha demais” e que não pecou, há o pensamento de ter sido vítima da situação, quando, na verdade, foi ela mesma quem causou o problema.
E aquela pessoa que pensa que as coisas boas não acontecem com ela “porque a vida quis assim”? Ela quer prosperidade, mas não o sacrifício do trabalho e a renúncia aos momentos de prazer, às noitadas e às más escolhas, por exemplo. Também diz que deseja algo que o vizinho tem, mas ignora o caminho traçado por ele para conquistar o mesmo. Sem falar nas pessoas que pensam que a profissão não lhes dá o status que merecem ou a desejada riqueza material, mas não se empenham nem se esmeram para fazer o que tem de ser feito para progredir. É só pensar: quantos profissionais começaram em um nível inferior numa empresa e hoje ocupam a cadeira da presidência porque evoluíram com base no próprio esforço? Poucos.
Desobedecer é sofrer
É preciso entender que as escolhas que a pessoa faz determinam os acontecimentos na sua vida.
No plano espiritual, essas situações citadas anteriormente são fruto da desobediência a Deus. Quem anda segundo os ensinamentos do Altíssimo – mas anda de fato e não só na teoria – dificilmente cairá nas armadilhas das tentações baratas.
Ocorre que nem sempre a pessoa é a vítima das tentações. Podemos contar com o Espírito Santo. É essa a razão de tê-Lo, para que Ele nos dê forças e, sendo fortes, fujamos do mal mesmo que o desejemos – como a traição ou a preguiça já mencionados. Acontece que muitas pessoas não Lhe pedem essa força porque sabem que Ele as atenderá e, assim, irá impedi-las de ceder aos desejos enganosos do coração.
Em seu blog, o Bispo Edir Macedo escreveu: “muitos dizem não ter fé para obedecer, porém, têm fé (coragem) para desobedecer. Não têm para fazer o que é certo, mas têm para o que é errado. Conhecendo bem a criatura humana, o Altíssimo, de forma justa e perfeita, tem colocado a bênção ou a maldição nas mãos de cada um. E cada um tem o poder de escolher o bem ou o mal, sem depender de ninguém, justamente para não ter como colocar a culpa de suas mazelas em outros”.
Dessa forma, tendem a culpar outras pessoas ou determinadas situações, mas nunca a elas mesmas, considerando que foram “injustiçados”. O Bispo continua: “o grande problema é que, por conta das nossas más escolhas, colhemos os maus frutos. E, quando os colhemos, não podemos debitá-los na conta de Nosso Senhor. Desprezamos, ignoramos e até rejeitamos fazer a Sua vontade. E na colheita amarga da carne reclamamos com Ele? É justo?”
Escolha nas mãos
É incrível como isso se aplica à vida social de uma nação. Muitos só reclamam da corrupção e das péssimas condições de moradia, segurança, saúde, educação e bem-estar, entre outros, mas o que fazem na hora de votar? Já pensaram nisso? Escolhem candidatos competentes, honestos, com planos de governo consistentes e realistas ou votam pela emoção gerada pelas propagandas apelativas e por candidatos que falam o que o povo quer ouvir? A escolha certa renderá bons frutos para todo o povo brasileiro, não só pelos próximos quatro anos, mas por muito mais tempo. Votar mal, ao contrário, põe em risco o presente e o futuro – que não é só nosso, mas também das próximas gerações.
Obedecer a Deus é a garantia para não cair na desgraça e também cuidar do bem de todos e não só pensar em interesses mesquinhos de pequenos grupos. Assim, se cumpre o que diz a Palavra de Deus: “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo ao qual escolheu para Sua herança”. (Salmos, 33.12).