“Uau! Algum homem sortudo está com ela.” Foi o que pensou Jason Hewlett ao se deparar com aquela linda mulher no caixa da loja. Ela estava sozinha na fila, a uma pessoa de distância dele, e, por alguns instantes, Jason a admirou. Percebeu o quanto era bonita e refletiu quanta sorte teria quem fosse o seu marido. Contemplou a moça por breve momento, até perceber que o tal felizardo era ele mesmo.
Quem Jason encontrou na fila foi a mulher dele, Tami, com quem está há 15 anos. O casal tem quatro filhos e um relacionamento estável e feliz. Ainda assim, Jason se admirou ao perceber como é fácil esquecer-se de admirar as pessoas que acompanhamos há muito tempo.
O rapaz compartilhou essa experiência em sua rede social e obteve 388 mil curtidas e 237 mil compartilhamentos (até o fechamento desse texto). Ao final de seu relato, ele afirma: “É bom olhar para aqueles que amamos com um olhar renovado sempre que pudermos, para nos lembrarmos do quão sortudos somos por termos essa luz em nossas vidas.”
Visão embaçada
No início dos relacionamentos, o casal se esforça para agradar o parceiro. São românticos, elogiam um ao outro, buscam demonstrar o quão felizes estão naquela relação. Após alguns anos, entretanto, essas práticas vão sendo esquecidas. Um se acostuma com as qualidades do outro, que perdem importância. Em contrapartida, os defeitos começam a obter o lugar de destaque que ficou vago. O resultado é um casal acomodado, sem apreciação.
“Você convive com alguém por um tempo, passa a notar os defeitos, aquilo vai lhe irritando, até o ponto em que tudo o que você vê na pessoa são os defeitos dela. É aí que você passa a desgostar da pessoa”, explica o escritor Renato Cardoso, autor do livro “Casamento Blindado”.
De acordo com ele, quanto mais tempo você passa com alguém, maior a chance de procurar defeitos naquela pessoa. Em um casamento, portanto, deixar-se acostumar com as coisas como são pode resultar em grandes prejuízos.
“Mas a boa notícia é que a maioria das pessoas têm virtudes que superam os defeitos. Nós apenas precisamos aprender a focar nas virtudes em vez de obcecar com os defeitos”, conclui ele.
Um novo olhar
Ao pregar no Monte Eremos – que passou a ser conhecido como Monte das Bem-Aventuranças –, o Senhor Jesus deixou, entre os muitos ensinamentos, as seguintes palavras:
“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas.” Mateus 6.22,23
Ou seja: quem se esforça em perceber e divulgar os defeitos alheios prejudica a si mesmo, criando sentimentos e pensamentos que atrapalharão a relação com o outro e consigo mesmo.