Enquanto muitas empresas se favorecem com as vantagens trazidas pela tecnologia, as últimas notícias mostram que ela também tem consequências negativas. Robôs assassinos, carros sem motorista e chips em humanos são exemplos que indicam que o avanço tecnológico precisa ser discutido com atenção.
No fim de abril, o empresário Elon Musk deu uma pista sobre as limitações da tecnologia. “Os humanos são subestimados”, escreveu ele no Twitter. Musk havia trocado pessoas por robôs em uma linha de produção de carros de sua empresa, mas admitiu que a decisão foi ruim. A conclusão de Musk mostra que a tecnologia, sozinha, não é capaz de oferecer solução para todos os problemas. E o pior: ela pode trazer desafios ainda mais complexos.

Notícias falsas

Não é preciso ir muito longe para constatar que a crença inquestionável nas maravilhas tecnológicas está causando uma cegueira generalizada. Basta olhar os casos de fake news, as notícias falsas. Hoje, a inteligência artificial é usada para manipular fotos e vídeos de forma tão perfeita que fica impossível descobrir o que é verdade e o que é mentira – até mesmo vozes de pessoas são falsificadas. Isso significa que grupos mal-intencionados agora contam com armas poderosas para espalhar boatos e atingir os mais diversos objetivos, como difamar inocentes e manipular eleições. Ao mesmo tempo, a facilidade de compartilhar conteúdos no WhatsApp e nas redes sociais está levando muitas pessoas a repetir essas mentiras sem nenhum tipo de desconfiança. Para os brasileiros, fica o alerta: é preciso redobrar os cuidados com as informações que serão compartilhadas nas eleições 2018.

Robôs

A criação de armas autônomas já preocupa a Organização das Nações Unidas (ONU), que realizou, em abril deste ano, um encontro para discutir os limites dos chamados “robôs assassinos”, máquinas criadas para executar ações letais sem comando humano. Enquanto isso, pesquisas com carros autônomos revelam as limitações dessas máquinas. Em março, um desses veículos sem motorista atropelou e matou uma mulher nos Estados Unidos. Fica, então, a pergunta: quem vai se responsabilizar pelas ações dessas máquinas?

Humanos

No ano passado, a desenvolvedora de software Three Square Market virou notícia após anunciar a implantação de microchips no corpo de dezenas de funcionários. Na época, a empresa norte-americana anunciou que os dispositivos facilitariam tarefas como abrir portas, fazer cópias de documentos, acessar computadores e fazer pagamentos. O implante, também conhecido como biochip, está disponível no Brasil e custa menos de R$ 400. Ele tem o tamanho de um grão de arroz e pode ser instalado entre o polegar e o indicador.

As supostas facilidades trazidas pelo chip esbarram em questões mais sérias. Que tipos de dados esses dispositivos podem guardar? Qual é o risco para a privacidade, a autonomia e a saúde dos usuários? Quem vai controlar essa tecnologia? Na Câmara dos Deputados, um projeto de lei que tenta proibir a implantação de biochips no Brasil cita, entre as justificativas, a Bíblia, indicando que o chip poderia ser entendido como o sinal da besta descrito no livro Apocalipse.

Para além da discussão sobre os sinais do Fim dos Tempos, é urgente que a sociedade comece a refletir sobre o lugar que a tecnologia ocupa em nosso cotidiano. Também é preciso criar leis e regras capazes de punir empresas que abusam da tecnologia em benefício próprio. Afinal, queremos dominar a tecnologia ou ser dominados por ela?

Você quer saber como o futuro tecnológico está interligado com os finais dos tempos?

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